







Este blog pretende ser uma janela, de vidros transparentes, por onde toda a comunidade possa "espreitar" as actividades desenvolvidas pelos nossos alunos.
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Os alunos, professores e auxiliares de acção educativa da Escola EB1 Aldeia de Joanes desejam a toda a comunidade um Natal com muita paz e harmonia e um Ano Novo pleno de esperança no futuro.
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O nosso amigo Caldeira, a gozar a merecida reforma ali para os lados da Malcata - não sei se já conseguiu descortinar o famoso lince - vai fazendo o favor de nos abastecer o mail. Partilhamos convosco uma das suas últimas remessas, Holy Night, gravado em terras irlandesas.
Feliz Natal para todos!
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PS – Paralelamente à festa, e para quem esteja interessado, no átrio do edifício irá estar uma banca a vender filhós, cuja receita reverterá a favor das obras de restauro da Igreja Matriz de Aldeia de Joanes.
Se, por qualquer razão, não tiver tempo ou disponibilidade para preparar o seu contributo para a festa, a compra de umas filhós no local poderá ser uma boa alternativa.
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Ambas são Educadoras de Infância. Os seus filhos frequentam a nossa escola e, contactadas pela Carla, que trabalhou aqui alguns anos, prontamente se disponibilizaram para colaborar connosco nalgumas actividades.
Há tempos noticiámos a sua representação da história "A Menina do Mar" (post de 23 de Outubro) feita com recurso à técnica de fantoches. Mas já antes, no final do ano lectivo, tinham estado junto de nós a apresentar "Uma História de Palha", um espectáculo de grande qualidade onde, paralelamente ao percurso do Ciclo do Pão, os espectadores contactam com sementes, vestuário de época, algumas medidas de capacidade já caídas em desuso, os diferentes artefactos ligados ao cultivo dos cereais...
Têm uma grande capacidade de comunicação e, para além do talento, denotam um enorme empenho naquilo que fazem. São a Regina e a Cristina, duas pessoas com as quais os nossos alunos lucrariam muito em voltar a privar. Sabemos que têm uma vida muito ocupada, mas seria um enorme prazer recebê-las de novo na nossa escola, assim como qualquer outro Encarregado de Educação disponível para colaborar connosco.
Em Junho, no final da representação de "Uma História com Palha", a Regina e a Cristina ofereceram-nos o livro, de sua autoria, da história que nos vieram apresentar. Ficámos comovidíssimos.
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Com um mote destes a motivação fica facilitada. E a prof.ª Ana Cristina, laboriosa e pacientemente, lá vai despertando no grupo o gosto pela leitura, esperando nós que, daqui a poucos meses, a requisição de livros para leitura domiciliária faça parte do quotidiano de todos eles.
Apesar da proximidade com o Fundão, com quem já confunde os limites, durante o dia Aldeia de Joanes é uma aldeia bastante pacata, principalmente a zona mais antiga. A maioria da população activa trabalha na sede do concelho, e o movimento limita-se, quase exclusivamente, à passagem dos carros.
Hoje algo interrompeu a rotina. As cerca de cento e cinquenta crianças da Escola e do Jardim de Infância deram, por momentos, uma nova vida às ruas quase desertas, dando azo a que alguns cortinados fossem corridos para ver o que se passava. Íamos em direcção do local onde se iria fazer a sementeira do trigo e do centeio, actividade inserida no Projecto Ciclo do Pão.
À nossa espera já estava o tractorista e alguns elementos do Grupo de Cantares de Aldeia de Joanes e da Junta de Freguesia, nossos parceiros no projecto. Depois foi o desenrolar dos diversos momentos da sementeira: o tractor abriu a terra, o semeador lançou as sementes e, por fim, as enxadas, bem manuseadas, ajeitaram a terra para cobrir as sementes e abrir alguns regos para escoamento da água da chuva.
Muita animação, muitas perguntas e, acima de tudo, a aprendizagem de forma descontraída.
Agora é esperar que a seara cresça para que, em finais de Junho, se festeje condignamente a colheita do precioso cereal.
Quando entrámos fomos para uma sala com um enorme tapete vermelho para nos sentarmos. Ao fundo da sala havia um cenário, que tinha um castelo com um jardim.
A pessoa que nos apresentou a história chamava-se Angelina. Depois entrou a Gabriela, que fez de Bruxa Zanaga. E começou a contar:
Um dia um rei que vivia num grande castelo foi passear no seu jardim. De repente ouviu o ruído de um motor vindo do céu: era a Bruxa Zanaga na sua vassoura, que vinha muito chateada. O rei perguntou-lhe o que é que se passava, e ela disse:
- Eu chumbei na escola das bruxas, não passei no exame. Tu é que me podias ajudar.
Passados alguns dias passou no exame final, e ficou com o diploma de bruxa. Então Zanaga foi agradecer ao rei, e no fim disse-lhe:
- Posso-te dar alguma coisa em troca?
- Está-me a fazer falta um príncipe para a minha filha.
Então a bruxa transformou um burro num príncipe, e o casamento ficou marcado para dali a três dias.
Passaram os três dias e fez-se o casamento. O rei fez um discurso, e o príncipe também quis falar. mas da sua boca só saía:
- Hi om! Hi om!
Toda a gente se riu. A princesa pegou no príncipe e desapareceu e a bruxa, percebendo que tinha feito asneira, também se foi embora.
O rei fechou-se no castelo a sete chaves. Mas um dia passou por ali um grupo de caçadores que ia caçar onagros, que são burros selvagens. Quando ouviu falar em burros, o rei também quis ir.
Na floresta o rei perdeu-se. De repente encontrou um castelo, que era onde vivia a filha e o príncipe. O rei ficou espantado quando viu que o príncipe já conseguia falar. Tinha sido a sua filha que, com paciência, o tinha ensinado. Depois viu sete principezinhos a correr para ele. Eram os seus netos.
No fim a bruxa Zanaga ficou a ama dos príncipes e viveram todos felizes para sempre.
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Texto: Pedro Soares - 3.º ano
Ilustração: Carlos Antóno - 3.º ano
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