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Os tempos são o que são. Em prol da democracia, constantemente posta à prova, cada um tem a sua opinião, temporizada na dos outros. É que há impactos que, pela sua intensidade, põem em causa equilíbrios, para uns desejáveis, para outros nem tanto. Quer se goste, quer não, é essa a regra do jogo. Tudo isto para dizer que o mundo gira à vontade dos homens, da sua iniciativa, da sua capacidade.
Todos sabemos da existência duma zona confortável, fofinha, traduzida no ver para crer, para onde caem as modas. É, de certa forma, uma zona cinzenta, à mercê das circunstâncias, alheia a sonhos e vontades. E é isso, precisamente, que se procura contrariar por aqui. Educar é coisa muito séria, todos o sabemos, que carece de constantes interrogações. As certezas, mesmo as mais bem desenhadas, nunca passam dum processo de intenção, pois a realidade, em constante mutação, é demasiado "maleável". Que fazer, então, quando, a nosso cargo, temos um grupo de alunos ansiosos por entender, por saber, num patamar em que ser feliz é uma meta ambicionada por todos?
Não vamos, é claro, falar de felicidade, pois não existe receita para tal. Podemos, isso sim, falar de bases, de alicerces, dum processo de intenções que visa dotar, nos nossos alunos, a capacidade de saber filtrar (o certo e o errado), de se saber inserir no mundo que os rodeia, que os aguarda. Mas, lá está, é apenas a vontade. A nossa e a dos pais. Sabendo, à priori, que apenas estamos na rampa de lançamento. Mas, como todos os crentes, carecemos de ação. É por isso que, dentro de todas as limitações, procuramos implementar atividades que acrescentem algo mais aos currículos estabelecidos, que procurem abrir horizontes para lá duma realidade pré-estabelecida. E, já se sabe, sem ovos não se fazem omeletes. Tudo isto para dizer que, para haver premiados em leituras, é necessário comprar livros; para distinguir obras de arte como os presépios, é preciso engendrar a melhor forma de conseguir medalhas e outros troféus; para confecionar pão, marmelada e doce de mogango, é fundamental encontrar a fórmula para comprar farinha e açúcar; para fotografarmos os nossos eventos, temos que ter a capacidade de nos equiparmos para isso; para...
Pois é, se estivermos à espera de que as coisas aconteçam, de que aquilo a que temos direito venha ter connosco, bem podemos esperar sentados. E, na iminência de que nada se faça, pequenas coisas, como as rifas, podem fazer a diferença, podem propiciar pequenos milagres. Assim haja vontade. Poderia ser diferente? Claro. Mas esperar que as coisas aconteçam não tem nada a ver connosco. O sentido da vida forja-se, arduamente, nada acontece por acaso. E, quando assim é, que seja na medida certa, em equilíbrio com tudo o que nos rodeia.
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