segunda-feira, 31 de março de 2014

O LENTO DESPERTAR DAS MEMÓRIAS

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O homem, perante o mistério da vida, sempre se subjugou à Natureza. E, tentando entendê-la, dela procurou tirar o melhor proveito.
Os tempos, contudo, não se compadecem dessa evidência. Na procura do mais fácil, esqueceram-se hábitos de harmonia, atiraram-se para trás das costas memórias ancestrais em que tudo era aproveitado. E assim se caminhou, e assim se abusou.
Perto da Igreja Matriz, ao lado da seara, jorra água em abundância, testemunho de outras eras, de outra visão do mundo. Entretanto veio a urbanização, num eterno compasso de espera, e a fonte para ali ficou, a verter água não se sabe para onde...
Ao lado, fazendo mimos ao presente em mil e uma brincadeiras, as crianças da escola vão embalando para o futuro. Contudo, com as memórias ao lado, apenas meia dúzia se deu conta da fonte a jorrar.
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