quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O NATAL DO TIAGO

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Começaram a chegar, bem cedo, acomodando-se na sala o melhor que podiam. Todos tinham recebido o recado, sem necessidade de trompetas. Uns pelo vendedor de pão, que fazia o circuito pela região de dois em dois dias, outros pelo carteiro, visitante semanal, outros por um qualquer compadre que se tinha ido abastecer à vila, com passagem obrigatória pelo Casal da Pena, residência do João Profeta. Dos que estavam mais longe, em Lisboa e no Porto, se encarregaram os progenitores, que o respeito pela proveniência a isso obrigava. A mensagem era simples: quinta-feira, dia da Sra. da Conceição, todos em minha casa. E o todos abarcava filhos e filhas, genros e noras, netos e netas.
Quando a casa ficou composta, com plena ocupação de bancos, cadeiras e o colo das jovens mães, o João Profeta entrou na sala. Caminhava devagar, como que a impor a sua presença, alicerçada em alta estatura, costas direitas e um olhar que impunha respeito, forjado muito para lá de vãs cumplicidades. Olhou em volta, percorrendo os olhos dos circundantes, remirou-os e, finalmente, esboçou um sorriso, prenúncio das primeiras palavras.
- É com muito agrado que vos acolho em minha casa. Esta família sempre esteve unida, por laços de sangue, mas chegou a altura de lhe darmos outro significado.
A audiência ouvia, expectante, sabendo que daquela boca nunca saíam palavras ocas. João Profeta virou-se, devagar, até se enquadrar na gravidez de Lídia, mulher do seu neto João. Estendendo o braço na sua direcção, continuou:
- Esta mulher está prestes a deparar-se com a maternidade. Dentro dela germina uma nova vida, prestes a brotar, e toda a gente, à sua volta, irá sentir a graça desse natal.
A assembleia não tugia nem mugia. Os filhos, elo transmissor da forma de estar de pai para netos, sabiam bem que, daquela fonte, apenas jorravam palavras com significado.
- Este ano, se nada afrontar esta vontade, vamos recrear o Natal em minha casa. Já falei com o Dr. Ventura, médico da Lídia, que me disse que, quanto ao seu estado, tudo está a decorrer de forma natural, e que estava disposto, desde que tivesse as condições mínimas, a estar presente na hora do parto. Aqui.
Ouviu-se um burburinho na sala. A Lídia e o João, contudo, mantinham-se tranquilos. João Profeta, entretanto, prosseguiu:
- Também falei, de coração nas mãos, com a Lídia e o João, que me ouviram e entenderam. Assim sendo, daqui a duas semanas quero-os todos aqui, com vontade de estar e partilhar. A organização da estadia deixo-a por conta dos meus filhos, que sabem bem o que hão-de fazer.
Os dias passaram. A casa do João Profeta começou a ganhar um movimento inusual, com entradas e saídas pautadas pelo uso das ferramentas. Reparou-se parte do soalho, reviu-se a instalação eléctrica, abasteceu-se a despensa, cortou-se lenha para encher o resguardo até ao cimo. O médico, entretanto, passou pela casa para escolher a divisão mais adequada. Ficou-se pelo quarto maior, onde acomodou compressas, agulhas, seringas, lâminas, xylocaína, povidine tópico, gazes, uma sonda. A cozinha, ampla, levou uma volta de alto a baixo, com tachos e panelas a confrontarem-se com uma barrela como há muito não viam.
A hora aproximava-se. Na véspera do previsto começaram a chegar filhos e netos, instalando-se em tudo o que era divisão. Abraçaram-se, trocaram impressões. De seguida, não fosse o progenitor espicaçá-los, despertaram colchões, manusearem lençóis e cobertores, puseram a conversa em dia. O João Profeta, omnipresente, evitava falar, apenas impunha a sua presença. E só quando a Lídia e o João chegaram é que lhe ouviram a voz, quase sempre dirigida ao elemento feminino: vem para aqui, senta-te ali, descansa, o que é que queres comer. O João, compreensivo, apenas sorria.
À noite comeu-se o tradicional: bacalhau cozido com couves e batatas, regados com o vinho da produção do João Profeta, a que se seguiu um arroz doce e um pudim de ovos de estalo. A conversa insinuou-se, de forma fácil, os afectos estavam demasiado presentes. O João Profeta sorria, satisfeito, como que de pazes feitas com a vida, enquanto as mulheres, na sua sabedoria, iam fritando as filhós, enquanto entoavam cânticos.
Às tantas, já o calendário transbordava para lá da meia-noite, ouviu-se um choro a irromper na vida de cada um: acabara de nascer o Tiago, símbolo de tudo o que ali os trouxera. O Dr. Ventura, refém da sua palavra, afastou as portas do quarto grande para mostrar, a toda a família, o símbolo daquele encontro: a união, a paz, a entreajuda. Os copos ergueram-se, em uníssono, deixando as filhós para segundo plano. O velho João Profeta, com voz embargada, lá acabou por dizer:
- Que o natal do Tiago seja sempre referência para todos nós. Saúde!
Dizem as pessoas que, nessa noite, a Serra da Gardunha brilhou como nunca dantes, vá lá saber-se o porquê.
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AC
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sábado, 17 de dezembro de 2016

BOAS FESTAS!

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Os alunos, professores e assistentes operacionais da Escola EB1 Aldeia de Joanes desejam, a toda a comunidade, um Feliz Natal e um Ano Novo que corresponda aos seus melhores anseios.
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O PRESÉPIO E A ÁRVORE, SÍMBOLOS DE NATAL

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Todos os acontecimentos têm a sua simbologia, seja ela qual for. No caso do Natal, os símbolos maiores são o presépio e a árvore, cultivados por esse mundo fora, que conferem a esta época uma aura muito própria.
Por aqui, na nossa escola, também esta simbologia tem lugar reservado. Os alunos sentem-na, vivem-na intensamente, pois tanto a candura do presépio como o brilho da árvore alimentam a necessidade de maravilhoso que caracteriza a sua ainda curta existência.
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Oxalá, à medida que crescem, eles continuem a arranjar forma de se maravilharem com a vida.
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

PARABÉNS, GABRIEL MATEUS!

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Hoje faço 6 anos! 
Gosto muito dos meus amigos. Gosto muito de brincar, de correr, de aprender os números e as letras.
Gosto de fazer frases e desenhos.
A minha fruta preferida é a tangerina. Gosto de bolachas, de esparguete e de almôndegas. 
O azul é a minha cor preferida, mas sou do Benfica!
Gosto muito de gatos e tenho dois: o Quico e a Ratinha.
Gosto de fazer os trabalhos da escola  e a comida com os meus pais.
Gosto muito do Natal!
Antes de vir para a escola, eu pensava que a escola era "voadora" e linda. Agora descobri que é mesmo linda!
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sábado, 10 de dezembro de 2016

DRAGONBOY

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Três crianças no papel duma princesa, dum cavaleiro e dum dragão.
O cavaleiro e o dragão lutam pelo amor da princesa, dando corpo a uma história com final feliz.
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

AGENDA DOS PRÓXIMOS DIAS

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Vivemos, nos modernos tempos, de forma tão intensa que poucos se dão conta do mais elementar: os discretos sinais da Natureza, fiel barómetro da vida que nos habita.
A Gardunha, pulmão, por excelência, da nossa região, começa a despedir-se, de forma cada vez mais acelerada, dos tons outonais, pinceladas merecedoras das mais nobres telas, anunciando um inverno que, segundo preconizam os especialistas, agitará, de forma veemente, o cartaz do tempo frio. Logo se verá.
Na escola, após a aplicação das fichas de avaliação, também as atividades tendem a um maior recolhimento, mais consentâneas com a linguagem interior, com particular realce para os preparativos adventícios. E, nesse campo, ainda por aqui há muito que labutar: a exposição das miniaturas de Árvores de Natal, em dois locais distintos (sede do Agrupamento e na ADCRAJ), os ensaios para a Festa de Natal e, no último dia, os desafios e a exuberância da própria festa, com um lanche a condizer.
Há quem tenha preferência por esta, ou por aquela, estação do ano, mas todas elas, se estivermos atentos, têm muito para nos dar. Assim as saibamos sentir, só assim a vida poderá mostrar a sua melhor face. Que venha, pois, o Natal.
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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

FICHAS DE AVALIAÇÃO

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Hoje, na escola, respirava-se silêncio, apenas entremeado pelo deslizar das canetas no papel e, aqui e ali, um ou outro suspiro. 
Hoje, na escola, foram as fichas de avaliação que ditaram leis.
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

COMEÇARAM A CHEGAR AS PRIMEIRAS ÁRVORES

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Ainda faltam alguns dias para a data limite de entrega, mas os trabalhos para o IV Concurso de Miniaturas de Árvores de Natal já começaram a chegar à escola.
Como seria de esperar numa comunidade tão participativa, as árvores estão lindas!
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sábado, 3 de dezembro de 2016

FADA MORGANA

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Um vendedor de limonadas, com uma loja no deserto, resiste, desesperadamente, para não beber a sua última limonada.
Divirtam-se!
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

CRESCER DE MÃOS DADAS

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O Projeto "Crescer de Mãos Dadas", procurando a integração e o desenvolvimento de competências entre crianças do Jardim de Infância e do 1.º Ciclo, numa continuidade educativa, contempla diversas atividades que, ao longo do ano, promovem a partilha de vivências e experiências num ambiente de amizade e bem-estar.
As crianças de 5 anos do Jardim de Infância de Aldeia de Joanes já tinham vindo à nossa escola, à hora do recreio, familiarizando-se com os espaços exteriores e convivendo com os colegas que aqui se encontram.
Hoje, acompanhados novamente pela professora Isabel, vieram conhecer a sala de aula que os nossos caloiros ocupam desde setembro.
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Depois de instalados, a sala pareceu bastante mais pequena, mas acreditem que tal sensação apenas se vislumbrou em termos de espaço, pois o calor humano ocupou toda a sua área! :)
Vinte e um pequenotes, que depressa se sentiram como se estivessem em sua "casa", falaram das diferenças e semelhanças entre as salas e todos ficaram a saber o que cada um pensa sobre a escola, partilhando expetativas e experiências.
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As regras de comportamento, uma das semelhanças encontradas, tiveram algum destaque e as crianças do Jardim de Infância e os nossos caloiros concluíram que, neste contexto, não havia mesmo diferenças. O saber ser e o saber estar não ocupam lugar e a prática contínua e rigorosa das boas atitudes é mesmo uma aprendizagem essencial.
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Eles gostaram de cá estar e nós gostámos de os receber, por isso, até qualquer dia! :)
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FRUTOS DE OUTONO - 2

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Simão Abrantes - 1.º ano
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Afonso Francisco - 1.º ano

Ana Lara Tavares - 1.º ano
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Gabriel Mateus - 1.º ano
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Francisco Casimiro - 1.º ano
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