sábado, 12 de outubro de 2013

DEBATE - QUAIS AS ORIGENS DO MAU COMPORTAMENTO?

.
Não queremos ser mal interpretados. A publicação de temas como este, que sabemos polémico, não pretende defender qualquer ponto de vista, apenas o suscitar do debate e da reflexão. Tão só.

.
Luís Maia é o autor do livro "E Tudo Começa no Berço", no qual o autor defende que é desde o nascimento da criança que se desenvolvem  grande parte das suas características, positivas ou negativas. "Perdoem-me pais, mas a culpa de muitos de nós não termos controlo sobre  o comportamento dos nossos filhos, estou convencido, não é dos filhos, nem  da sociedade: é nossa", escreve o autor, alertando para a necessidade de  os pais estarem mais presentes na vida dos filhos. 
Partindo de exemplos práticos, Luís Maia pretende demonstrar como a  desresponsabilização dos membros familiares e educadores próximos das crianças  e adolescentes apenas contribui para a acomodação a uma sociedade desumanizada.
Então haverá, ou não, uma relação entre o comportamento das crianças e  a forma como são educadas desde bebés? Na opinião do psicólogo, baseada  em 20 anos de prática clínica, essa relação é bem evidente e manifesta-se  em 90 por cento dos casos. "Na minha opinião, cerca de 90% da responsabilidade do comportamento  inadequado das crianças e adolescentes está sedeado nas práticas educativas  nos primeiros dias e anos da criança", disse em declarações à Lusa, adiantando  que na maioria dos casos são os pais que precisam de ajuda para se reorientarem  na educação dos seus filhos. 
Luís Maia explica que nos milhares de casos que já atendeu, quando começa  a investigar as causas dos comportamentos inadequados das crianças, quer  sejam de indisciplina escolar, de violência contra os pares ou de outras  atitudes antissociais, na maioria das vezes os pais foram orientados percebendo  que eram as suas práticas educativas que deveriam ser alteradas. 
A má prática educativa, explicou, ocorre em todas classes socioeconómicas  e mesmo em ambientes familiares normais quando, por exemplo, os pais se desautorizam  em frente à criança, quando quebram rotinas ou quando delegam competências.
A sociedade, defende o autor em declarações à agência Lusa, desaprendeu  a arte de educar os filhos e a comportarem-se em sociedade, delegando nas  estruturas essa responsabilidade. Uma aposta que considera errada. 
A educação desde o nascimento, diz, determina efetivamente o percurso  de uma criança, porque "tudo começa no berço" à exceção, de uma pequena minoria  em que há de facto problemas no desenvolvimento ou distúrbios psicopatológicos.
O livro é baseado em vivências e casos reais, fruto da experiência do  autor no acompanhamento de jovens e famílias. 
Trata-se de um guia com informações dedicadas à boa aplicação da prática  educativa, para pais, educadores, cuidadores, educadores de infância, professores  dos mais variados níveis de ensino, psicopedagogos, psicólogos, técnicos  de saúde mental, entre outros.  
.
.

3 comentários:

Anónimo disse...

É verdade que a responsabilidade é nossa, pais. Os filhos sofrem influências exteriores mas se tiverem os seus princípios bem vincados eles atuam de acordo com os mesmos. Claro que há exceções mas a presença dos pais na vida dos filhos é muito importante, cada vez mais. a personalidade das crianças também conta muito e, como dizia o outro, eles não trazem manual de instruções!! :-)
Boa semana para todos.
Teresa Godinho Nogueira

Anónimo disse...

Os Pais são os primeiros e são insubstituíveis na educação dos filhos, são eles responsáveis pelo seu desenvolvimento integral e felicidade. Se assim for, estarão a contribuir para o bem estar da sociedade. Contudo no dia a dia, existem momentos na vida de cada ser humano,que estarão condicionados pelos comportamentos das pessoas que os rodeiam. Ora lembremos a celebre frase "comportamento gera comportamento", não podemos descurar tal fato. De salientar que efetivamente a família é o pilar da vida de uma criança, e educar não é tarefa fácil, mas os pais não podem destituir-se do seu papel importantíssimo, de forma a torna-lo anomico e inverter a ordem da vida.
Num destes dias, li um artigo que deixo para reflexão.
Segundo Gordon Neufeld, para atingir o bem estar através da educação:, é fundamental cumprir 6 necessidades:
1ª Aprender a Crescer
Para isso à que chorar, é preciso que a criança seja confrontada, que viva conflitos de maneira a amadurecer e tornar-se resiliente, a saber viver em sociedade.
2ª Criar Vínculos
Estabelecer relações fortes, como se faz? Ganhando o coração dos filhos. É preciso amarmos e eles amarem-nos.
3ª Separação
O maior medo das crianças é a separação. Quando estão longe dos pais, as crianças começam a ficar ansiosas e esse sentimento pode crescer com elas, daí a permanente procura de contacto.
4ª Descansar
As crianças precisam que os pais assumam a responsabilidade da relação, que mantenham e alimentem a relação.
5ª Brincar
É a brincar que a criança se desenvolve.
6ª Sentir Emoções
Ter a capacidade de sentir as emoções, de ter uma aprendizagem de educação, saber o que são os sentimentos.
(retirado da revista Life e Style Família e relação—2013)
Em Asserção:
Os afetos q.b e a repreensão no momento certo são um caminho a percorrer com os filhos em família,
não esqueçamos que só podemos receber dos nossos filhos o que lhes damos...
Ser "bons pais", (se é que os há?) tem muito que se lhe diga e requer tempo, sabedoria e estratégia e comummente dedicação e muito amor...
Bom Trabalho
Sofia Martins

AC disse...

Obrigado pelos vossos comentários, eles são um excelente contributo para o debate desta temática tão importante, ou seja, a construção do edifício interior das nossas crianças.
Acerca da referência a Gordon Neufeld, referida no segundo comentário, recordo que o blogue da escola já publicou, há uns tempos atrás, essa opinião.
Obrigado, mais uma vez, pela vossa prestimosa colaboração.