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É sempre assim. Quando os alunos entram pela primeira vez para a escola, uns já com 6 anos feitos, outros ainda com 5, os primeiros tempos são muito intensos. Passarinhos que ainda são, denotam no brilho dos olhos uma enorme vontade de crescer, de aprender, e têm alguma dificuldade em perceber que isso só se consegue com regras. E é por aí que o trabalho se vai desenvolvendo. Se, por um lado, há que aproveitar e cultivar o seu genuíno entusiasmo, saciando-lhes a curiosidade, por outro há que se ser paciente, ensinar-lhes novas formas de estar, abrir-lhes, lentamente, as portas para outra dimensão, que se pretende que seja à medida do seu desejável crescimento. É um trabalho lento, de canteiro (mas sem sigla), um burilar paciente que se vai perpetuar nos próximos anos...
A Inês (nome fictício) é uma menina que, por norma, interioriza muito as coisas. Gosta de saber, de aprofundar, mas sempre numa zona confortável, que é o mundo das regras. Nisso está um pouco à frente da maioria dos colegas. Ontem, no final do dia, provavelmente devido ao excesso de carga horária - eles estiveram sempre comigo desde as 9 até às 17 horas - a Inês revelou alguma agitação. Chamei-lhe a atenção para o facto e, surpreendentemente, ela baixou os olhos, parecia mesmo que ia começar a chorar. Mas lá se aguentou.
A saída foi quase logo a seguir. Fiquei, como sempre, junto à porta, enquanto eles iam desfilando o seu até amanhã, quase sempre esfusiante. A Inês, contudo, continuava triste, e senti que não podia deixar que ela saísse assim. Chamei-a e dei-lhe um pequeno abraço.
- Inês, sabes que gosto muito de ti?
- Eu também gosto de ti, professor.
E saiu.
Hoje, de manhã, a Inês trazia um sorriso luminoso, que se prolongou até à saída. Não sei, confesso, se foi da nossa despedida, se foi doutra coisa qualquer. O que é certo é que o sorriso dela ajudou a iluminar o meu dia.
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5 comentários:
Mas que história linda.
É realmente uma história muito linda.
Na nossa sala de aula deviamos um dia dizer todos em conjunto e bem "afinados" algo tão simples como: "NÓS GOSTAMOS MUITO DE SI PROFESSORA E EM MOMENTO ALGUM NOS ATREVEMOS A DUVIDAR QUE VOCÊ GOSTA REALMENTE E VERDADEIRAMENTE MUITO DE TODOS NÓS"
Boa tarde para todos.
Esta história é muito bonita e fez-me lembrar o que tantas vezes a minha filha, que é aluna da senhora professora Júlia Bento me diz: " mãe, eu gosto muito da minha professora e ela também gosta muito de todas as suas crianças"
Na verdade, basta um pouco de atenção para se poder assistir à enorme alegria das crianças, quando logo ao inicio de cada dia a senhora professora Júlia Bento entra no recinto da escola. Por vezes mal consegue caminhar, tal é o número de crianças à sua volta prontas para darem e receberem um simples sorriso ou um simples "mimo". É algo muito bonito de ver tantos sorrisos e tanta alegria logo no inicio do dia.
E como mãe apenas posso dizer à senhora professora Júlia que fique com estas crianças durante mais estes quase dois anos, POR FAVOR NÃO OS DEIXE e verá que a evoluçao nos estudos e a ALEGRIA deles nunca terá fim.
Se tal for possivel, não terei nenhuma dúvida que a nivel escolar estas crianças tiveram realmente toda a sorte do mundo.
A senhora professora Júlia está de parabéns e não tenho dúvidas que as suas crianças são umas ............. sortudas e são realmente muito felizes nessa escola
Tivemos sempre o seu apoio foi a melhor professora do mundo.Só temos sorte por causa de si e nunca nós vamos gostar mais de outra professora.De facto o texto está lindo que tenha feito este texto adorei obrigado por tudo.E nós estamos na escola muito felizes com o senhor professor com a Teresinha e consigo.E eu sei que gosta de fazer postes no blog para nós fazermos muitos comentários e coisas importantes.NÓS A ADORAMOS PELO FUNDO DO CORAÇÃO.E aprendemos muita coisa consigo.
Palavras para quê... a emoção às vezes deixa-nos assim, mudos num profundo mergulho dentro de nós!!!É por tudo isto que sempre digo e sempre direi aos setes ventos e em toda a minha voz: esta é a a melhor escola de todo o mundo porque tem as melhores pessoas que os nossos filhos poderiam ter!!! Grata uma vez mais por tudo... o Duarte tem muitas saudades vossas e eu também, sobretudo da tranquilidade com que o deixava todos os dias...
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