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Há quem diga que o programa de Matemática do 1.º Ciclo está mal redimensionado, exigindo aprendizagens demasiado complexas para o escalão etário dos alunos que o frequentam. A argumentação, contrária ou a favor, não vem à questão, pois o trabalho, para lá das convicções de quem faz lei, tem que tentar ser cumprido. É nisso que reside a dignidade de quem está no terreno, tentar fazer o melhor.
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Os alunos do 3.º ano têm que cumprir um programa extensíssimo. Se for para assimilar, de uma forma consolidada, os conceitos propostos, diríamos que é demasiado cedo. Conforta-nos, contudo, a ideia de que, no 4.º ano, se voltará à abordagem dos mesmos. E vem-nos, à memória, um velho ditado: água mole, em pedra dura, tanto bate até que fura.
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Mas não basta insistir, é preciso entender. Para isso, nada melhor que arranjar estratégias para os alunos, a pouco e pouco, irem construindo o edifício das suas aprendizagens.
Ontem e hoje, divididos por grupos, a turma foi desafiada a elaborar cartazes com as diferentes medidas que já aprenderam. Uma tarefa aparentemente simples, mas muito mais complexa do que eles pensavam: tiveram que se socorrer dos conhecimentos que já tinham das medidas de comprimento, de consultar, de utilizar a régua, de percecionar o espaço, de dividir, de marcar, traçar, saber partilhar, dar espaço aos outros. Por fim, após alguns desideratos, normalmente ligados à demasiada importância que dão, nestas idades, em demarcar espaço próprio, lá conseguiram ver a luz ao fundo do túnel.
Ensinar é missão gratificante, sem dúvida, pela recompensa do resultado do trabalho feito. Mas... quem disse que era coisa simples?
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