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Falta apenas uma semana para o findar das aulas, num ano letivo com muitos desafios, muitos deles completamente indesejáveis. Ora vejamos.
O 1.º período pautou-se, e muito, pela crise de assistentes operacionais. Houve novos contratos (a Raquel substitui a Cristina no edifício da ADCRAJ), mas insuficientes perante a redução verificada nos horários de trabalho: de 40 passou-se para 35 horas. A medida até é justa, o que não se compreende é que, na sua aplicação, não ficassem salvaguardadas as necessidades das escolas, já que, na implementação do novo regime, o horário das assistentes nem sequer dá para cobrir o período de funcionamento da escola, quanto mais para a indispensável limpeza! Deveriam, portanto, ser criados mais postos de trabalho, o que não aconteceu, muito pelo contrário: antes, na vigência dos contratos de 40 horas, ainda havia autorização para contratar tarefeiras para ajudar na limpeza; este ano, quando esse recurso se justificava mais do que nunca, nem isso.
Para agudizar a questão, a Teresa, infelizmente, adoeceu. Novos desafios, mais problemas para resolver. Foi cá colocado o Manuel, mas continuava por resolver o problema de o horário dos assistentes não dar para cobrir o período de funcionamento da escola. Telefonemas para aqui, conversas para ali, e a questão por resolver. Os professores, num assomo de compreensão para com as necessidades dos alunos, acederam a "vestir a pele de assistentes", indo para a escola mais cedo e saindo mais tarde. Houve mesmo dias em que não tiveram qualquer pessoal assistente ao serviço, o que, noutras paragens, talvez implicasse o encerramento da escola. Mas nós não permitimos que isso acontecesse, o bem-estar e a segurança dos alunos estava primeiro. Fomos para lá dos normativos, mas sossegámos a nossa consciência, com os deveres a sobreporem-se, claramente, aos direitos. Acrescente-se, ainda, que não deixámos cair atividades em que o papel das assistentes operacionais é fundamental: desfolhada, magusto, conserva de azeitonas e Festa de Natal, que implicavam a participação dos quase cem alunos da escola. Foi duro, oh se foi!
No início do 2.º período, já com o recurso, plenamente estabilizado, de novas assistentes, que asseguravam o período de abertura da escola até ao intervalo, a coisa melhorou. E, finalmente, os professores concentraram-se totalmente naquilo que lhes compete: as aprendizagens dos alunos. De tal forma que até deu para participarmos, de forma muito satisfatória, no evento "Poesia na Rua", onde apresentámos "Na Rua da Minha Tia", um trabalho totalmente inédito: nas palavras, na encenação, na música. Deu muito trabalho, mas o bom desempenho dos alunos foi uma enorme recompensa para nós. Diga-se, a propósito, que a Diretora do nosso Agrupamento, a Dra. Cândida Brito, nos convidou, no final do espetáculo, para estarmos presentes, com a "Rua", no Dia Aberto do Agrupamento, a efetuar no final do ano, num dia ainda por designar.
No 3.º período o trabalho nas diversas salas continuou, empenhado, com os alunos a corresponder. Nesse aspeto a aposta estava ganha. Contudo, neste último mês, novos desafios se colocaram, mas já numa perspetiva de festa, de consagração do trabalho feito. E, quando tudo parecia anunciar sorrisos, surgiram alguns esgares. Mas o melhor é contarmos.
O último dia de aulas, este ano, coincide com a noite de S. João, muito arreigada às nossas tradições. Constatado o facto, a ideia surge, com naturalidade: por que não fazer um arraial de S. João, envolvendo toda a comunidade educativa? Os alunos levariam à cena, de novo, o "Na Rua da Minha Tia" - muitos pais, por imperativos de horário de trabalho, não tiveram oportunidade de assistir à atuação na Praça do Município - e a noite, temperada com música, sardinhas assadas, febras, papas de carolo e gelatinas, seria passada em caloroso convívio, estreitando laços. Instalado o entusiasmo, começam os necessários contactos. É então, qual vento agreste, que nos chega a informação: um número considerável de alunos da escola, que frequenta a Academia de Música e Dança do Fundão, já tem concertos agendados para 23 e 24 de junho. Foi a desilusão, autêntico soco no estômago.
Nos dias que se seguiram, em vez de lamentarmos o sucedido, desatámos o saco das iniciativas. Em necessária reunião, todos nós achámos, convictos, que uma visita de estudo, no último dia, seria recompensa mais que merecida para o empenho demonstrado pelos alunos ao longo do ano. Sabíamos que, até à data da visita, já não haveria nenhuma reunião do Conselho Pedagógico, órgão que valida estas iniciativas, mas confiávamos que a Diretora, com o poder que lhe é conferido, teria em conta as vicissitudes por que passámos e autorizaria, com naturalidade, a visita. E, célere, desenha-se um itinerário: visitar o Zoo da Maia, com centenas de diferentes espécies animais, com passagem anterior, que considerámos motivante e inspiradora, pelo rio Douro, onde iríamos observar o Porto a partir do cruzeiro das 5 pontes, a cargo da empresa Douro Azul. Fazem-se telefonemas, escrevem-se mails, em pouco tempo tudo fica concertado. Como a vida não é estática, em paralelo surge a questão da nossa presença no Dia Aberto do Agrupamento, entretanto marcado para o dia 16 de junho, entre um feriado e um fim de semana. Dado que já havia passado um tempo considerável desde a nossa atuação no evento "Poesia na Rua", havia que preparar os alunos para os ensaios necessários. E é então que surge a constatação: muitos pais, aproveitando o feriado, decidiram fazer ponte e levar a família em viagem. Como cada aluno, na peça, tinha um papel específico, seria quase impossível reformulá-la. Ainda chegámos a equacionar fazê-lo, mas esta foi semana de avaliações, e os alunos precisavam de todo o sossego. Para atrapalhar já bastava o calor que tem feito. Resultado: tivemos que comunicar para o Agrupamento que não havia condições para representar o "Na Rua da Minha Tia". Foi a segunda desilusão.
Entretanto, dispostos a levar a nossa avante em prol da visita de estudo, pedimos a necessária autorização à Diretora do Agrupamento. A resposta, contudo, foi taxativa: a visita não obedece aos normativos. Foi a terceira desilusão, em poucos dias. E se esta doeu! E a sensação mais se agudizou quando tivemos que informar os alunos que, afinal, já não havia visita. Só quem respira, diariamente, a vida que transborda numa sala de aula poderá compreender, na sua plenitude, a desilusão que se instalou neles.
Normas são normas, cada macaco no seu galho, e nós sabemos muito bem qual é o nosso. Mas que foi pena, lá isso foi!
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Nota: Neste momento, afastadas as convulsões, estão a trabalhar na nossa escola, como assistentes operacionais, os seguintes elementos:
Tânia: 2 horas no edifício Plano dos Centenários;
Maria de Jesus: 2 horas no edifício da ADCRAJ;
Teresa: 7 horas no edifício Plano dos Centenários;
Cecília: 7 horas no edifício da ADCRAJ.
As coisas estão a funcionar bem, estamos contentes com elas. Refira-se, por ser de inteira justiça, o papel assumido pela Teresa na integração dos novos elementos.
Uma saudação especial para a Raquel, que também passou por aqui, mas que entretanto deu novo rumo à sua atividade profissional. É que um POC, da forma como é colocado em prática, em termos de contrato, nada garante para o futuro.
Uma saudação especial para a Raquel, que também passou por aqui, mas que entretanto deu novo rumo à sua atividade profissional. É que um POC, da forma como é colocado em prática, em termos de contrato, nada garante para o futuro.
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