.
.
.
.
O tempo passa, célere, para trás ficou a fase de desenhar expetativas para o novo ano. Para lhes dar forma e envergadura, o tempo é de trabalho, muito trabalho, de preferência bem urdido e exigente, que as aprendizagens, como qualquer coisa na vida, não vão lá só com boas intenções: é preciso trabalhar, trabalhar muito, superar-nos constantemente.
A Diana (nome fictício) é uma aluna perspicaz, atenta ao que a rodeia, sempre pronta a intervir e a opinar. E quando o tema a seduz - e são tantos! - é vê-la, de olhos arregalados, dando corda à curiosidade. Mas, é sabido, quando a coisa não lhe cheira, toda a gente nota. E o trabalho, para ela, arrasta-se, monótono, sem cor nem odor. E é necessário explicar-lhe, pacientemente, que nem sempre podemos fazer apenas o que queremos. Através doutras palavras, mais adequadas à sua percepção das coisas, é-lhe dito que a vida é uma longa maratona, com muito para nos oferecer, mas as verdadeiras recompensas não acontecem por acaso, resultam sempre do nosso esforço.
Ela ouve, pensativa, diz "está bem" e volta ao trabalho. E a coisa fica por ali.
No dia seguinte, quando chega à escola, a Diana, de boneca na mão, vem ter comigo, sorridente:
- Já conhece a Sofia? Ela diz que se vai esforçar e que vai ser muuuuito trabalhadora.
E, lesta, sem esperar pela minha reação, foi sentar-se no seu lugar, pronta para o trabalho.
..
4 comentários:
É bonito!!!
E assim, de forma natural, tranquila, respeitadora da essência do que é ser criança, utilizando a linguagem dos afectos, se "constrói" uma adulta que um dia vai perceber e sentir que mesmo quando há esforço, regras e metas pelo meio, a recompensa do "consegui" vale por tudo... grata Prof. Agostinho, como sempre...estava a precisar de ler estas palavras hoje...
podem crer
Será que esta boneca devou muittttoooooo tempo?⏳⏳⌛⌛
Enviar um comentário