quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A VIDA SECRETA DAS COISAS DO "CONTINENTE"

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O texto "A vida secreta das coisas" de Álvaro Magalhães deu origem a alguma animação entre os alunos do 3.º ano. Isto porque "Pouca gente o sabe, mas, quando não está ninguém em casa, as coisas animam-se e erguem as suas vidas...". As coisas conversam, brincam, lamentam-se... As colheres queixam-se porque andam sempre de boca em boca, o prego está cansado de levar na cabeça, a carpete geme por estar farta de ser pisada, o rádio põe-se a tocar e as mesas e as cadeiras, como têm pernas, põem-se a dançar, enquanto os garfos mais atrevidos assobiam às colheres de sopa... É apenas uma questão de... imaginação sem fronteiras!
E quantas vezes, no dia a dia, as nossas crianças dão vida às suas "coisas", criando aventuras, experimentando emoções, contando-lhes segredos?...
Com tantas ideias que foram surgindo na sala de aula, o melhor foi dar vida à caneta e deixar que as "coisas erguessem as suas vidas de coisas", uma vida secreta que pouca gente conhece! :).
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Pouca gente o sabe, mas, quando o "Continente" fecha, as coisas que estão lá dentro ganham vida.
Costuma ser pelas 23:30 e repete-se todas as noites!
Aparentemente está tudo calmo, silencioso, não se ouve uma mosca, mas logo que marca a hora dá-se a reviravolta... o rádio dá o alarme e começa a tocar "pim, pom, pim, pom, pim, pom, pam!". Todas as coisas acordam!
É a batata frita que saltita, é a máquina registadora que desperdiça papel, são os detergentes que libertam bolhas para o ar, são as bananas que se descascam, os televisores ligam-se e desligam-se e as cenouras dão cambalhotas nas alfaces... Uma grande confusão! Uma autêntica festa! Todas as coisas se divertem e são felizes!
Porém, numa dessas noites, aconteceu algo muito estranho! Estavam as coisas entretidas quando foram surpreendidas pelo segurança Juvenaldo, que estava de serviço e fazia a vigilância do hipermercado. Parecia triste, zangado com a sua vida e muito sozinho!
Inicialmente, com medo, as coisas pararam a suposta festa, mas depois, face ao estado do Juvenaldo, resolveram retomar aquela vida secreta para o animarem.
As prateleiras dos cereais deram o primeiro passo. Duas delas saíram do sítio e estatelaram-se no chão. Ficou tudo desarrumado! O Juvenaldo assustou-se e disse:
- O que é que se passa?
- Shiiiu! Não te assustes! - responderam as coisas do "Continente" em coro.
O Juvenaldo nem queria acreditar. As coisas estavam a falar!... Não podia ser... deveria estar a sonhar!!!
A banana disse:
- Ó Juvenaldo, nós falamos, só que ninguém sabe! Se quiseres, podemos fazer uma festa contigo, cantar "Rock", fazer piruetas, dançar, pintar a cara... Podemos fazer muitas palhaçadas!
O Juvenaldo estava boquiaberto, não conseguia mesmo falar.
- Uau! Esta festa vai ser em grande! - exclamou a banana Jo.
O megafone dá o mote e grita:
- Que comece a festa!
Os cocos marcam o ritmo a bater uns nos outros. As batatas fritas agitam-se fazendo um barulho divertido. Os peixes chapinham, os detergentes começam a fazer bolhas de sabão e o grande ananás dos Açores começa a cantar! Todos dançam, até mesmo o Juvenaldo, que nunca se tinha divertido tanto em toda a sua vida!
O Juvenaldo nunca mais se sentiu só, pois tinha sempre noites muito divertidas com os seus novos amigos!
E foi assim que tudo se passou!
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Texto e ilustração: Margarida Matos - 3.º ano
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1 comentário:

Guilherme Duarte disse...

Margarida as coisas do Continente vão para tua casa e os teus brinquedos vão para o Continente?