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Estava eu a arrumar a sala de estar e, mesmo por detrás do sofá, encontrei um livro grosso que não me deu vontade nenhuma de ler. Mas, sendo eu muito curiosa, como o livro tinha escrito na capa “não mexer”, fui abri-lo e, de repente, dei comigo noutro mundo. Era o lugar com mais cor e diversão que eu já tinha visto e em que eu já tinha estado.
Enquanto estive atenta aos pormenores, reparei que os habitantes, em vez de pessoas, eram letras. Encontrei o A, chamada Ana, e perguntei-lhe qual era o seu animal favorito. Ela respondeu-me que era a avestruz e deu-me o endereço do barbeiro onde talvez pudesse encontrar uma. Chegada ao barbeiro, não adivinham o que encontrei! Não uma avestruz, mas, sim, a letra B, chamada Beatriz, que gostava de baleias e de borboletas. À saída da barbearia, encontrei o Carlos, a letra C. É carteiro e gosta de cavalos.
O Carlos pediu-me ajuda para entregar as cartas. A primeira era para o Damião, a letra D. Quando lá cheguei, toquei à campainha e ele veio abrir a porta acompanhado de uma doninha. Que pivete! Nem imaginam!
Ao continuar a entrega, vi o Edgar, a letra E, que depois do acidente perdeu a perna e mudou o nome para Fernando, transformando-se na letra F. Que grande confusão neste mundo das letras!
Lá mais à frente, estava o Gaspar, a letra G, que gostava de gatos grandes, gordos, grisalhos e giraços.
Já aborrecida de tanto caminhar para fazer as entregas, avistei a letra I. Estranho! Não deveria ser o H? Ah! Não! São dois I de mão dada, o Ivo e a Iris, pois a letra H, o Hélio, estava no funeral da sua querida hiena. Lá, também estavam as letras J, K e L, o João, o Kevin e o Luís. Por isso, deixei as cartas à Maria, a letra M, que era muito de macacadas e morava com o Nuno, a letra N. Juntos, tiveram dois filhos, o Óscar e o Paulo, as letras O e P. O Óscar usava óculos e o Paulo usava um pente para simplesmente se pentear. O Quico, a letra Q, animal de estimação do O e do P, adorava queques quentes. Quem os fazia era a Rita, a letra R, vizinha da Maria, do Nuno, do Óscar, do Paulo e, claro, do Quico.
A Sara, a letra S, era a prima da Rita. Ela sarava qualquer ferida e solucionava qualquer problema. Era a sabichona do Mundo das Letras.
Já sem cartas para entregar, encontrei a letra T, o Tiago. Com ele vinham os gémeos, o Urano e o Vicente, as letras U e V. Juntos, brincavam no parque do Mundo das Letras e, como todos os amigos, cantavam e divertiam-se.
Já conhecia muitas letras mas ainda queria conhecer as restantes. Só que eu estava a pisar o espaço onde elas se encontravam, que estava rasgado.
Fiquei triste por não poder conhecer todas as letras, mas lembrei-me que poderia desenhá-las e colori-las. Assim, desenhei as letras em falta, dei-lhes nomes e encontrei-lhes animais favoritos. Colei as folhas nos sítios rasgados e regressei ao mundo fantástico, mas desta vez levei comigo a minha família.
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Texto e ilustração: Beatriz Fradique - 4.º ano
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4 comentários:
Que história tão engraçada.
Muito bonita. Parabéns
Gostei muito da tua aventura Beatriz
É muito divertida.
Parabéns Bia, está muito bonito!!!
Parabéns Bia !!!
Adorei! Muitos parabéns!
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