.
.
.
O dia - por que não confessá-lo? - começou com um discreto nervosismo, oculto nos gestos, nas atitudes, mas que teimava em insinuar-se. Estavam em causa dias de trabalho intenso, para alguns quase impensável, pois ousar colocar quase cem crianças na mesma encenação, em simultâneo, era coisa de loucos. Mas nós acreditámos. Fomos em frente, ousámos, transpirámos. Cada ensaio deixava sempre, como herança, um novo desafio, uma nova angústia, mas o dia seguinte era sempre um novo dia, deixando, no final, sinais de que era possível, por mais ínfimos. E nós insistíamos.
Os sinais, mais depressa do que imaginávamos, começaram a transfigurar-se para melhor. Os alunos começavam a perceber a mensagem, a vestir a sua roupagem, a construir o cenário da utópica rua, senhora de mil e uma vivências. E, já se sabe, quando uma ideia começa a ganhar corpo, a motivação ganha asas.
.
.
.
.
Hoje à tarde, na Praça do Município, a representação de "Na Rua da Minha Tia" ganhou, finalmente, carta de alforria. Os alunos, os grandes intérpretes de tudo o que vínhamos ensaiando, deram corpo e alma à ideia, passando para os assistentes a mensagem de que foram incumbidos. E foi bom sentir, no final, que todo o seu esforço tinha correspondência do outro lado. Como em tudo na vida, a verdadeira recompensa surge sempre depois do esforço. E eles mereceram bem os aplausos.
.
.
.
.
Era suposto haver, a estas horas, uma reportagem mais alargada sobre o evento. Mas, como facilmente compreenderão, era impossível fazê-lo. Temos cerca de 800 fotografias para analisar e trabalhar, um filme para editar e, acima de tudo, uma complexidade de trabalho burocrático - avaliação oblige - para enfrentar de peito feito. Fica, no entanto, a promessa: nos próximos dias, mesmo à custa do tempo de férias, surgirão por aqui "pegadas", o mais nítidas possível, da nossa passagem pela Praça do Município.
.
.
.
.
Por fim, e não menos importante, os agradecimentos: aos pais e a toda a comunidade, que acreditaram sempre; ao pessoal da Moagem, pelo contributo da aparelhagem e dos microfones; ao João Ramalho, pela disponibilidade em transportar os acessórios; às mães do Lourenço, da Mafalda, da Leonor e do Afonso, pelo empenho nas pinturas faciais; aos pais do Francisco, pela reportagem fotográfica e pelo filme; à professora Lurdes, mentora da Matilde, que lhe soube transmitir as notas certas do acordeão; às assistentes operacionais, pelo empenho e pela disponibilidade; aos professores que, desde o início, acreditaram que era possível passar o Rubicão; e mais, muito mais...
.
2 comentários:
Parabéns a todos foi tudo muito bem elaborado e treinado,obrigada pela parte que me tocou, queria ter feito mais mas o tempo é sempre pouco para tudo.....Obrigada nós por nos dar a possibilidade de assistir e ver os nossos filhos a encenarem tão bem ☺☺☺☺☺
Que bela atuação!
Enviar um comentário