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Os dias de sol teimam em ficar, fazendo negaças a um outono que não consegue passar da antecâmara. Quem se fica a rir são os marmelos que, dando novos desígnios ao amarelo e ufanos do seu estatuto de fruto-mor das compotas, aproveitam para apurar a sua maturação.
No recreio da escola, qual bando de pardais à solta, a pequenada corre atrás da bola, salta, transpira, inventa jogos de faz de conta. Os adultos, sempre atentos, vão velando pela azáfama, não vá o diabo tecê-las. E, de vez em quando, após uma queda - crescer também é isso - lá vai um para a "enfermaria" da Teresa ou da Cristina que, com palavras dóceis e um simples curativo, afastam dores e temores.
Os dias de sol teimam em ficar, mas nas salas há muito que fazer. E quando, contrafeitos, formam fila para entrar, o silêncio acaba por os acalmar. Pela fisga da porta, dê as voltas que o mundo der, o trabalho, persistente, não se cansa de lhes acenar.
Passarinho que se preze não se cansa de brincar, mas aprende que não vai a lado nenhum se não gostar de trabalhar.
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