sexta-feira, 17 de abril de 2009

A FEIRA, OU COMO A VIDA PODE SER UMA CIÊNCIA

A efervescência das feiras de Abril e de Outubro, no Fundão, ainda está presente na memória de muitos. Para além da compra e venda de produtos essenciais para a sobrevivência em tempos pouco abastados, eram um espaço privilegiado para encontros e desencontros, rever conhecidos, saber das últimas novidades, e até para ultrapassar um pouco os limites, ao nível dos comes e dos bebes, que o corpo não era de ferro. Faziam-se negócios em que o regateio era arte mas, dada a última palavra, esta era de rei, era mesmo para valer.
Para os mais novos era o deslumbramento do carrossel, dos carrinhos de choque e de um ou outro brinquedo - carros de madeira, pífaros de barro... - só acessíveis aos de maiores posses.
Mas mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Hoje a romaria faz-se para as grandes superfícies e, apesar da fartura da oferta, não se vê a alegria do (re)encontro, que este não factura na caixa registadora. Ficaram, isso sim, os arremedos de feiras, traduzidos na realização de eventos sazonais, cuja filosofia se baseia nas suas predecessoras: aproveitar o convívio dum ajuntamento de pessoas com interesses comuns (neste caso a educação dos filhos) para melhor divulgar o que se pretende.
A II Feira da Ciência - enobrecida com o epíteto de FUNDÃO PELA CIÊNCIA - promovida pelo Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha e a desenrolar-se nos dias 16, 17 e 18 de Abril, no Pavilhão Multiusos, procura divulgar na comunidade o trabalho efectuado nesta área, e noutras subjacentes, assim como o estreitar de laços entre todas as partes interessadas no processo educativo.
Nos dois primeiros dias os grandes protagonistas foram, como era desejável, as crianças, que conjugaram várias acções com propriedade: o experimentar, o manusear, o questionar, o brincar...
Amanhã, sábado, espera-se que seja um dia de grande afluência das famílias. Será a oportunidade ideal para se deixarem conduzir pelas explicações entusiastas dos seus rebentos, ao mesmo tempo que cimentam laços afectivos. É que, como quem não quer a coisa, o tempo de convívio nas famílias diminuiu drasticamente, e saber proporcioná-lo e usufruí-lo tornou-se uma verdadeira ciência. Como se vê, vem tudo a propósito.

3 comentários:

ana paula disse...

ainda bem que puderam visitar a feira...faz bem o convivio e a descoberta de novas coisas. O conhecimento é importante para a nossa formação e convivência em sociedade.

Anónimo disse...

O que eu gostei mais foi as experiências e os jogos de matemática. Mas tambem gostei do resto.
ÂNGELA.

Luísa Braga disse...

Pela cara de espanto destes meninos, alguns cientistas poderão estar para surgir...
Tive pena de não ter lá podido ir, que coisas e experiências magnificas se lá fizeram...
Uma feira sempre a repetir.