quarta-feira, 9 de março de 2016

HISTÓRIAS DE "GIGANTES"

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A leitura e exploração da obra "O Gigante Egoísta", de Oscar Wilde, transporta sempre os alunos para uma série de reflexões que dão azo a imensas questões para as quais nem sempre há resposta. 
Nesta lição de vida, temas como a capacidade de perdoar e ser perdoado, de mudar, de partilhar, de questionar atitudes (...) são exemplo de crescimento interior. Neste conto, a grandeza humana e a humildade vencem obstáculos e o Gigante Egoísta, inicialmente tão longe de qualquer Primavera, revela-se um Gigante capaz de a levar a todos os corações... 
Os alunos do 4.º ano, alguns visivelmente emocionados, ficaram sensibilizados pela beleza deste conto, partilharam pequenas histórias do seu dia-a-dia, histórias de "gigantes", e criaram o seu próprio "jardim", sem muros, aberto a todos os que quiserem refletir...


Quem vê caras, não vê corações 
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Era uma vez uma senhora, chamada Feiolas, que estava no hospital quase a dar à luz. 
O dia do bebé nascer tinha chegado e assim aconteceu. Só que ele era tão feio que a mãe só dizia a palavra "feio", "feio", "feio"... Quando saiu do hospital, Feiolas abandonou o filho ao pé do caixote do lixo.
No dia seguinte, passou por ali uma senhora que viu o pobre bebé e pegou nele. Em vez de dizer a palavra "feio", disse:
- Dinis! Ele vai chamar-se Dinis!
Cuidou dele e o Dinis teve uma vida normal.
Quando andava na escola, no 1.º ciclo, o Dinis já tinha crescido demasiado e estava gigante. Os colegas estavam sempre a gozar com ele e a cantarolar:
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Gigante Dinis
pareces uma perdiz
Gigante feio
ninguém te quer no recreio.
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O Dinis ignorava-os e virava-lhes as costas. Quando chegava a casa, contava sempre tudo à mãe, e a mãe conseguia sempre consolar o Dinis.
Passaram-se alguns anos e mais alguns anos e aconteceu uma grande desgraça. A mãe do Dinis tinha morrido e ele decidiu deixar os estudos e ficar em casa. Todos os dias chorava, todos os dias chorava...
Passaram-se alguns dias e mais alguns dias e o Dinis continuava a chorar, e o sofrimento e os dias sem se alimentar foram tantos que também ele acabou por morrer.
Quando chegou ao céu, olhou para a direita e para a esquerda e viu a mãe ao pé de Jesus. E depois viu outras pessoas isoladas num canto muito escuro.
Intrigado, Dinis perguntou a Jesus:
- Por que é que aquelas pessoas não podem estar ao pé de ti?
- Porque te ofenderam! - respondeu Jesus.
- Mas deixa-os vir para junto de ti!
- Por que faria isso? - questionou Jesus.
- Porque por pior que seja o pecado, o perdão tem de ser ainda maior! - exclamou o Dinis.
Então Jesus trouxe-os para junto dele e todos se sentiram felizes.
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Texto e ilustração: Eduardo Lopes - 4.º ano
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4 comentários:

Guilherme 4°ano disse...

Eduardo, tens uma história muito criativa!

Alexandre disse...

Eduardo és muito emocionante a escrever histórias;-)

Unknown disse...

Adoro as historias do Eduardo

Unknown disse...

Adorei a história e o desenho também. Continua...