quinta-feira, 12 de março de 2015

VOU COMER PÃO, FEITO COM A MINHA MÃO

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Quero comer pão
no inverno e no verão
quero comer pão
feito com a minha mão.
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Crescer é uma tarefa complexa, a envolver mil olhares e aprendizagens, filtradas de acordo com a capacidade de entendimento dos intervenientes. É para isso que lá está o educador, numa missão nem sempre compreendida.
Hoje, tendo em vista um esbater dos diferentes ciclos de aprendizagem, os nossos caloiros do 1.º ano serviram de anfitriões aos alunos de 5 anos do jardim de Infância, a cargo da educadora Elsa, tendo partilhado as primeiras arremetidas à confeção de pão. E, já se sabe, nestas coisas de aliar a teoria à prática  é fácil desencadear a motivação.
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Pão com manteiga
pão com marmelada
vou comê-lo todo
e não te dou nada.
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A vontade de ficar com o pão todo é apenas uma figura de estilo, um realce à importância do ser-se capaz, neste caso de fazer pão. E foi o que eles fizeram, socorrendo-se dos sacramentais ingredientes: farinha, água, sal e fermento. Para isso contaram com as indicações dos adultos, assim como com as mãos sabedoras da Teresa, a nossa sempre disponível assistente operacional, que os foi instruindo acerca da melhor forma de dar as voltas à massa. E eles, plenos de curiosidade, não se fizeram rogados.
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Pão com chouriço
pão com atum
vou comê-lo todo
e não te dou nenhum.
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A massa, depois de fintada, pede para ser esculpida. Já se sabe, dar forma ao pão não requer obras de arte, mas sim eficácia. E eles, ganhando confiança a pouco e pouco, lá deram as voltas necessárias. Tal como na vida, também as voltas do pão exigem confiança e arte.
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Pão com fiambre
pão com queijo
dou-te um bocadinho
se me deres um beijo.
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Às tantas, entre entretenimentos vários, o cheiro do pão acabado de cozer começou a inundar a sala, despertando apetites, potenciados de forma desabrida pelo facto de terem sido eles a fazê-lo. Uns comeram com fiambre, outros com manteiga, outros ainda com marmelada. O prazer de saborear a obra feita foi, sem dúvida, o beijo final.
Tal como dizia mestre Gil Vicente, "e assim se fazem as cousas".
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3 comentários:

Guilherme Duarte disse...

UAU parabéns!(:

António Solipa disse...

Eu também quero um pãozinho.

Tomás3•ano disse...

Parabéns!;-)