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Pintura de Barbara Issa Vagnerovà
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A aula decorre, paulatinamente, sem grandes alardes. Os alunos, concentrados na tarefa, esforçam-se por corresponder, embora meia dúzia, com algum défice nas tarefas onde a perseverança e o empenho são argumentos de peso, comecem a agitar-se na cadeira. O professor, atento, regista os sinais.
Recolhidos os trabalhos, um deles pede para falar. Conta que o pai vai para os Açores, em trabalho, onde estará alguns meses. O assunto parece interessar a turma e, palavra puxa palavra, todos começam a querer dizer qualquer coisa, com os olhos a aumentar, gradualmente, de brilho. Falam de cidades, de países que gostariam de conhecer e, com a facilidade só possível numa criança, começam a embarcar em aventuras espaciais. E, aí chegados, o empolgamento torna-se quase incontrolável.
Pouca-terra, pouca-terra, parecia gemer o comboio do passado. Agora eles (os alunos) argumentam, com toda a naturalidade, que a Terra é pouca. Um queijo é um queijo, um pão é um pão, mas nada se compara ao sonho e à imaginação.
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