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Os tempos são de convulsão e míngua. Olhamos à nossa volta e, por mais que nos queiramos fixar em coisas positivas, é impossível alhearmo-nos dos semblantes deprimidos que se cruzam connosco. Vivemos tempos difíceis, todos o sentimos, e há cada vez mais pessoas vulneráveis à instabilidade do sistema.
Sabedores disso, e dando asas a uma sensibilidade à flor da pele, um grupo de professores do Agrupamento de Escolas Gardunha e Xisto resolveu colocar no terreno, de há um ano para cá, o Projeto Fome Zero, com o intuito de apoiar, com géneros alimentícios, as famílias dos alunos que estejam a passar por dificuldades. Os produtos são recolhidos, na base do voluntariado, entre professores e funcionários do Agrupamento, mas procura-se sensibilizar as forças vivas da comunidade para que a base de distribuição seja mais consistente.
O projeto, nobre na intenção e na prática, cultiva a discrição no seu modo de agir, pois, já se sabe, estas coisas mexem sempre com a dignidade das pessoas.
Para todos os efeitos, é sempre gratificante apontar práticas como esta. Para algumas pessoas, felizmente, a solidariedade ainda não é palavra vã.
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