sexta-feira, 8 de abril de 2011

SÃO CAMÉLIAS, SENHOR, SÃO CAMÉLIAS!

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Fazer o caminho para a seara tornou-se, ano após ano, uma espécie de ritual. Mas é muito mais do que isso. A travessia da aldeia dá sempre azo a novos olhares, e a atenção prende-se em pormenores que antes passavam despercebidos. Pode ser uma janela, uma planta, um gesto...
A Quinta do Paço, no centro da povoação e a abrir as portas para a Gardunha, já conheceu melhores dias, mas ainda são notórias as memórias de outras eras.
Mais à frente, quando passámos por esta senhora de lenço negro, a cor das camélias parecia desdizer o simbolismo do luto. E os olhos, com um resquício de brilho, sugeriam aromas de outras histórias. São camélias, senhor, são camélias.
A vida, contrariando as agruras dos novos tempos, escorre por aqui de forma bem vincada, apesar de se manifestar de forma cada vez mais discreta.
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